A CPFL acredita em um 2022 com muito mais disputas nos leilões de transmissão. Em teleconferência realizada na manhã desta sexta-feira, 18 de março, o CEO do Grupo, Gustavo Estrella, reconheceu que o momento atual é difícil e que a competição deve ser mais forte ainda do que já tem sido nos últimos anos. Aliada a isso, houve o aumento expressivo dos custos em mão de obra e escassez de materiais e impactos nas cadeias logística. “Isso traz um desafio adicional maior para os projetos”, explica. Estrella prometeu estudar as oportunidades, respeitando a disciplina financeira da empresa, buscando ativos que tragam valor. Para Estrella, o primeiro leilão de LTs do ano, no primeiro semestre, deverá ser mais disputado que o segundo, no fim do ano.

O executivo disse ainda que a empresa controlada pela State Grid não deverá participar do leilão de privatização da CEEE-G. Segundo ele, a CPFL tem preferência e compra em alguns ativos da estatal e caso o leilão se concretize, esse direito será avaliado. Para o CEO, apesar da forte movimentação de M&A para projetos brownfield na transmissão, no momento não há ativos que agregariam ganhos expressivos.

Na distribuição, Estrella tinha a expectativa de um valor maior para o empréstimo aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica essa semana para as distribuidoras. Para ele, o cenário, a operação será a melhor ferramenta contra reajustes elevados. Porém os R$ 5,3 bilhões permitirão mitigar, mas não evitarão reajustes de mais de dois dígitos no setor. “Temos preparado a companhia para esse cenário, com programas para ajudar o cliente pagar e evitar a situação de inadimplência”, aponta. Na visão do executivo, a situação econômica do país deverá ditar o ritmo dos níveis de inadimplência das distribuidoras.